Em busca das cascatas do Gerês

por Andrea Gil
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Quem já visitou o Parque Natural da Peneda-Gerês conhece, certamente, as suas belas cascatas, ornamentadas com piscinas naturais de águas cristalinas, correntes e geladas, que oferecem os melhores cenários para um fresco mergulho de verão ou, simplesmente, para uma boa fotografia.

Nós já tínhamos estado no Gerês, mas não chegamos a explorar a fundo as cascatas. Aproveitando que estávamos a visitar o parque em pleno mês de agosto, pensamos que seria uma boa altura para as conhecer melhor e mergulhar naquelas águas translúcidas. Infelizmente para nós, metade de Portugal teve a mesma ideia e a verdade é que as cascatas estavam inundadas de banhistas e visitantes e, em tempos de Covid, não nos apetecia nada ir a banhos com tanta companhia, até porque as piscinas naturais não têm propriamente dimensões olímpicas.

Mesmo sem mergulhos, consideramos que a visita às cascatas é imprescindível para quem visita o Parque Natural da Peneda-Gerês. A maioria delas não tem acesso fácil, sobretudo se viajarmos com crianças, porque exigem percorrer trilhos ou estradas sinuosas, mas fazer o esforço do percurso e ser brindado com o som das águas a romper das rochas é algo arrebatador.

Deixamos aqui o registo das cascatas que visitamos nesta ida ao Gerês:

1.Cascata do Tahiti ou Cascata Fecha de Barjas

Cascata do Tahiti

É a cascata mais conhecida do Gerês e provavelmente a mais fotografada para o Instagram, mas decididamente não nos parece a mais recomendada para ir com crianças pequenas. Tem a vantagem de ser bastante acessível, uma vez que fica muito próxima da estrada que liga Fafião a Ermida, mas isso também representa uma desvantagem para quem gosta de lugares menos frequentados, pois faz com que seja muito procurada, sobretudo no verão.

Esta cascata é enorme e tem sucessivas quedas de água que, ao longo do percurso, formam pequenas piscinas naturais, culminando depois numa linda e apetecível lagoa rodeada de areia. O problema é conseguir chegar a esta lagoa, pois é necessário descer a encosta, com uma inclinação bastante acentuada e cheias de rochas escorregadias e agrestes, pelo que não nos atrevemos a fazê-lo com os miúdos, sobretudo num dia com tanta afluência de gente.
Recomendações: levar calçado apropriado e evitar ir no mês de agosto ou noutros fins-de-semana de verão.

2. Cascata do Arado

Cascata do Arado

Chegamos à cascata do Arado pelo caminho de terra batida que segue do Miradouro das Rocas até à ponte sobre o rio Arado. Apesar de não estar alcatroado, não representando qualquer tipo de problema para a nossa Lizzie, o percurso também é acessível para outros carros.

Uma vez na ponte, estacionamos e subimos pelas escadas que se encontram à direita do rio, até ao Miradouro. A vista é impressionante, não só pela cascata, mas sobretudo pelas piscinas naturais que ficam por cima dela e que convidam a um mergulho nas suas águas cristalinas e verdejantes. Para chegar até lá, é necessário subir pelo lado esquerdo do rio e aventurar-se de penedo em penedo. Uma outra opção, certamente a preferida da Susana, do Mundo Magno, é tentar o canyoning e colocar à prova uma boa dose de adrenalina.

3. Cascata Cela Cavalos

Cascata Cela Cavalos

Chegar a esta cascata não é fácil, nem mesmo para a nossa Lizzie. Portanto, para quem não tem um 4×4, a melhor opção será estacionar o carro junto à Capela de Santa Luzia e descer a pé. São quase 2km, mas a vista é maravilhosa e a chegada à cascata é realmente compensadora: a velha ponte em madeira, inserida no verde da natureza, o som da queda de água nas rochas de tons alaranjados, o ar puro e a tranquilidade envolvente dão-nos a sensação de estarmos perante um quadro bucólico.

Talvez por ser mais difícil de aceder, esta cascata não é tão frequentada como as anteriores e, portanto, é possível mergulhar com tranquilidade nas suas águas frescas e cristalinas. 

Recomendações (sobretudo se for a pé): muita água, chapéu, calçado apropriado e protetor solar.

4.Cascata de Pincães 

Aceder a esta cascata foi bastante fácil, uma vez que ficamos alojados em Pincães, precisamente na Rua da Cascata, num alojamento local fantástico para famílias com crianças. Contamos tudo sobre a nossa experiência, neste artigo.

Quem não tem a sorte de ficar alojado na aldeia, tem de estacionar o carro no início da Rua da Cascata e seguir o trilho de cerca de 1km. A caminhada é relativamente fácil, mesmo para as crianças, e rodeada de uma beleza natural ímpar, devido à vegetação  densa e árvores seculares enormes, que proporcionam uma agradável sombra durante a caminhada. 

A parte final do percurso é mais exigente, pois é necessário trepar algumas rochas um tanto escorregadias. Ultrapassada esta etapa, deparamo-nos com uma magnífica cascata que tem tanto de bela como de alta. Escusado será dizer que a água da lagoa é bastante fria, mas, ainda assim, irresistível, devido à beleza circundante.

Não existe muito espaço para ficar a relaxar na toalha. Portanto, o melhor é tomar banho e preparar-se para a caminhada de regresso.

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O Mosteiro de Pitões das Júnias - Bagagem Para 4 12/01/2021 - 19:50

[…] Braga […]

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