A Quinta das Minas da Recheira é um complexo turístico que resultou da recuperação de uma antiga mina, nos arredores da Covilhã, um concelho com larga tradição de exploração mineira.
Dado o caráter inovador deste projeto, desde a sua abertura que planeávamos visitar as Minas da Recheira e podemos afirmar que superou todas as nossas expetativas.
História e localização
As Minas da Recheira localizam-se no Barco (concelho da Covilhã), numa quinta que alberga uma antiga exploração mineira. Localmente, esta mina também é conhecida por “Mina do Alemão”, uma vez que foi explorada por uma companhia alemã, nas décadas de 60 e de 70.
Depois de quase meio século inativadas e ao abandono, estas minas reabrem agora portas, sob a forma de um projeto tão rico quanto os minerais outrora aí extraídos.
![Entrada da Quinta das Minas da Recheira](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/1630540014725-1024x768.jpg)
O centro de interpretação mineiro
A nossa visita às Minas da Recheira começou no Centro de Interpretação Mineiro. Neste espaço, ficámos a conhecer a história destas minas, bem como os projetos que estão previstos para este empreendimento.
![Centro de interpretação mineiro](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/IMG_3050-1024x683.jpg)
Ouvidas as explicações, foi hora de nos equiparmos a rigor: coletes e capacetes para todos, de forma a garantir uma visita em segurança.
![Equipamento Minas da Recheira](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/1630540014721-1024x768.jpg)
Apesar de estarmos ansiosos para percorrer as galerias e nos cruzarmos com os morcegos que lá habitam, foi impossível resistir à beleza do espaço exterior.
De facto, a vista que a varanda do centro de interpretação oferece, para a Serra da Estrela e para o rio Zêzere, é magnífica.
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A entrada nas galerias
O momento que mais aguardávamos nesta visita era, sem dúvida, a entrada numa das galerias das Minas da Recheira, uma estreia para todos nós.
Foi, pois, com entusiasmo que os miúdos anunciaram a entrada na mina, fazendo soar a buzina da antiga vagoneta. Este momento e a companhia do gato Chico, ao longo da visita, fizeram as delícias dos visitantes mais novos.
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Uma nota importante: enquanto avançamos na galeria, vai aumentando a escuridão e baixando a temperatura, o que no início sabe bem, especialmente se estivermos no verão. Contudo, aconselhamos que se façam acompanhar de um agasalho, pois no interior da mina pode ficar bastante frio.
O trabalho na mina
A visita às Minas da Recheira faz-se em partes de três galerias recuperadas e adaptadas para receber visitantes.
Desta forma, é possível observar as rochas perfuradas (Xisto das Beiras) e os filões de quartzo mineralizado, de onde se extraíam o volfrâmio e o estanho.
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![Interior das galerias](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/1630539364581-1024x768.jpg)
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Identificar os filões era uma parte fundamental do trabalho mineiro, pois a rocha era perfurada de acordo com a orientação dos mesmos.
Outro aspeto que nos surpreendeu foram as enormes chaminés de ventilação, pois permitem-nos perceber a profundidade a que nos encontramos.
Para além das explicações do guia, os utensílios da época e os vários manequins existentes ajudam a compreender melhor como era o trabalho mineiro.
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Adicionalmente, os miúdos tiveram ainda a oportunidade de acender um gasómetro original em cobre, que era a iluminação dos mineiros da época. Este momento foi muito interessante, pois permitiu uma autêntica viagem no tempo.
O salão mineiro
Mas as Minas da Recheira não oferecem apenas a possibilidade de conhecer, de forma lúdica e divertida, o que foi a atividade mineira da região.
Quem gosta de fugir à normalidade, pode usufruir do surpreendente Salão Mineiro para organizar os mais diversos tipos de eventos. Desde a celebração de aniversários, e outras efemérides, à degustação de produtos regionais, tudo é possível neste espaço.
![salão mineiro](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/1630539364566-1024x768.jpg)
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Maturação de vinhos e espumantes
Uma atividade que nos agradou bastante, e certamente a todos os amantes de enoturismo, é a possibilidade de se realizar uma prova de vinhos, no interior de uma galeria. E isto é possível graças à parceria com a Almeida Garrett Wines, um produtor de vinhos deste concelho, ligado à quinta geração do célebre escritor.
Mas esta não é uma relação recente, uma vez que a família Almeida Garrett já fornecia vinhos a granel, em pipas de madeira, aos mineiros da antiga “Mina do Alemão”.
![Almeida Garrett Wines](https://bagagempara4.com/wp-content/uploads/2021/09/1630539364573-1024x768.jpg)
Passados mais de cinquenta anos, os vinhos e espumantes voltam a estas minas para um estágio de maturação. Com efeito, na profundidade das galerias, encontram as caraterísticas ideais de temperatura, humidade e outras, para resultados de excelência.
Cenário digno de filme
Provavelmente, já demos motivos de sobra para visitar das Minas da Recheira, todavia este artigo ficaria incompleto se não mencionássemos também o exterior das minas.
A montanha perfurada com as entradas para as galerias, os carris que serpenteavam a serra e as vagonetas que outrora transportaram os minerais tornam este espaço mágico. Não admira que este complexo tenha sido escolhido para servir de cenário às filmagens da série da RTP1 “A espia”.
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Por último, não podemos esquecer toda a natureza que rodeia a Quinta das Minas da Recheira e que conferem a este lugar uma paz que só percebe quem por lá passa.
Por isso, se tiver oportunidade, faça como nós: visite a região e agende uma visita às Minas da Recheira.
Informações úteis
- Site: https://minasdarecheira.pt/
- A visita à Quinta das Minas da Recheira requer marcação prévia;
- Pode comprar os ingressos aqui;
- Leve roupa e calçado confortáveis;
- Para lá chegar, siga as indicações das sinaléticas;
- Onde ficar: sugerimos a Quinta do Ragal, em Lavacolhos.
Esta visita foi realizada a convite das Minas da Recheira. Não obstante, os meus comentários são totalmente independentes.
2 comentários
Tão perto de mim e ainda não conheço! Tenho de tirar um bocadinho para ir visitar!
E agora no verão sabe tão bem! As galerias são muito fresquinhas 🙂